27 fevereiro 2008

voltamos já

Meus senhores e minhas senhoras, voltamos em breve, quando houver notícias de relevo.
(pronto, agora começa o boato de que estou grávida - não, lamento, vou só começar uma formação em simultâneo com trabalho extra pelo que não há tempo nem para meia dúzia de caracteres bloguísticos)

Fiquem bem e até já :)

26 fevereiro 2008

junk mail: uma breve análise sociológica

Já quase toda a gente postou sobre este assunto mas acho que está na altura de dar o meu contributo profissional. Para quem nunca percebeu para que serve um sociólogo, é isto: para fazer assim umas afirmações sobre quase qualquer coisa, de preferência apoiado em estatísticas, entrevistas, inquéritos ou outro tipo de documentos (normalmente não nos arriscamos pelos campos da física quântica - excepto eu, que casei com um físico e portanto também percebo do assunto por osmose).

Vejamos uns exemplares acabadinhos de sair do forno (ou seja, da minha caixa de correio de hoje):

"Don't be the guy the girls laugh about in the bathroom because you have a small one." (Este chegou em duas mensagens diferentes. O destinatário do junk mail é nitidamente o cidadão do sexo masculino que se sente alvo de chacota do mulherio.)

"Don't let her sleep with other men because she's not satisfied with your performance." (Também veio em duplicado. Pior do que ela andar a contar às amigas que o pirilau do legítimo é modesto é andar enrolada com outros, obviamente!)

"Don't just make her moan, make her moan so load that she wakes the neighbours up." (A reprodução social do preconceito que as mulheres fingem satisfação. Ou então é mesmo uma nova ferramenta para incomodar os vizinhos - a nós, isto dava-nos jeito)

"My neighbours have been complaining Sharon moans too loud when we make love every night now." (Atentem no indisfarçável orgulho deste homem. Incomodar os vizinhos é pouco, eles têm de vir queixar-se!)

"After taking this and putting on 3 inches, your girlfriend will not be able to take her hands off you." (Acabaram-se os rodeios: o problema está mesmo no tamanho. Quais performances, quais meiguices, ela precisa é de mais 3 polegadas para os vizinhos se virem queixar)

"Voted the most effective male enlargement supplement product by MYSPACE users." (É pá! Também querem apelar ao sentido democrático do cidadão. Este produto não só é bom como foi sujeito ao escrutínio do povo e a maioria deu-lhe o aval - por esta hora, já há muitos vizinhos a fazer queixa à polícia)

E fico-me por aqui porque os outros já eram demasiado ordinários para constar num blogue tão pacato. Mas agora a sério: os senhores do pseudo-marketing que produzem esta lixeira traçam um interessante perfil do internauta, o de um infeliz com a sua vida sexual que acredita que a solução dos seus problemas está no aumento do dito cujo. A resposta ao porquê deste perfil é que dava para uma tese de doutoramento.

25 fevereiro 2008

nostalgia II

Acordar a cada manhã, fazer-te uma festa através da barriga - ainda estavas a dormir quando eu acordava - e tentar adivinhar se seria naquele dia que ias nascer. Imaginar-te calmo, sorridente, feliz. Era assim, há um ano. Só que tinha calor e subia as escadas devagarinho.

22 fevereiro 2008

rufia

Nunca pensei dizer isto - sobretudo numa fase tão precoce do campeonato - mas o meu filho está a tornar-se um rufia. Note-se bem que não digo isto com nenhuma satisfação ou orgulho mas sim com surpresa e um grande "e agora?" plantado na testa. Digamos que a forte interacção do Gustavo com os colegas da creche passou a ser uma interacção... à força! Já não bastava roubar-lhes as chuchas, agora rouba-lhes comida, puxa-lhes os cabelos, empurra-os... Nunca pensei que um bebé de 11 meses já começasse a fazer destas coisas! E o que é que eu posso fazer? Se fosse em casa tentava evitar estas situações e, quando acontecessem, fazia-lhe cara séria e dizia com firmeza que isso não se faz (que é a única coisa que se pode fazer a bebés tão pequeninos, que ainda não compreendem o que estão a fazer). Perguntei às educadoras o que elas faziam mas não fiquei muito tranquila com as respostas ("é normal", "sim, nós dizemos para não fazer", "se não fosse ele era outro")... Não quero que o meu filho comece já a aproveitar-se da sua dimensão para passar por cima dos outros e nem quero imaginar receber um telefonema a dizer que outro menino se magoou por causa do Gustavo :(
C'os diachos, do que ele se foi lembrar agora!

(mas já vão 4 semanas sem faltar à creche por doença! Obaaaa!)

Adenda: isto faz-me sentir especialmente mal porque eu própria era um bocadinho rufia em pequena (e não só) e fico a achar que é culpa dos meus genes. Pois.

20 fevereiro 2008

férias

É fácil de perceber que estou mais que precisada de férias. A questão nem é tanto o descanso, é mesmo a praia e o sol - o sol! o que eu preciso de sol! - e tudo aquilo a que tenho direito: caipirinhas, cheiro a creme protector, banho ao fim da tarde, um pezinho de dança. Tenho direito a essas coisas, olaré se tenho. E vou ter, por alturas do meu aniversário. Então, por que é que não estou mais entusiasmada? Porque o Gustavo não vai connosco.
É verdade que o sítio para onde vamos não garante todas as condições de segurança para um bebé de pouco mais de um ano. É verdade que andaríamos em volta das rotinas dele, que não poderíamos fazer tanta praia, que teríamos de nos deitar sempre a horas de bebé. É verdade que todos os casais precisam de tempo a dois - e nós até na Lua-de-mel levámos o Gustavo (embutido de 7 meses). É verdade. Mas custa-me muito não o levar (ainda que ele fique bem entregue aos cuidados de 2 pares de avós). Vou ter muitas saudades. Vou pensar nele quase o tempo todo. Vou estar na praia a matutar se estará outra vez com tosse ou se não o estarão a estragar sempre ao colo, a amparar-lhe as birrinhas. A vantagem é que contar os dias para o regresso não será um exercício deprimente, como era costume. Vá, mães galinhas, digam que me compreendem.

19 fevereiro 2008

nostalgia I

Por esta altura, há um ano, 11h da manhã eram sinónimo de um chocolate (depois de passarmos a fase das sandes de fiambre ao lanche). Eu engolia mais do que saboreava e tu dançavas contente na minha barriga. O chocolate agora já não tem tanta graça. E tu, qualquer dia, voltas e prová-lo, desta vez pela tua própria boca.

18 fevereiro 2008

um dia amarelo intermitente

Hoje está uma segunda-feira tão segunda-feira que não podia ser mais segunda-feira. Só se fosse o primeiro dia depois das férias e eu não tivesse trazido botas altas e guarda-chuva. E se tivesse escorregado numa poça. De resto, não podia ser mais segunda-feira do que isto.
Meditando sobre o assunto, penso que não está um dia cinzento - está, sim, um dia amarelo intermitente. Amarelo como os semáforos que piscam ao longo das ruas de Lisboa. Amarelo como os quatro piscas dos automóveis atolados por todo o lado (vá lá que o meu fiel Ferrari conseguiu vencer a intempérie). Amarelo como o meu sorriso aos outros condutores que apitam insistentemente, como se assim resolvessem alguma coisa. Amarelo, sobretudo, como a luz do sol que é a alegria imbatível do Gustavo, apesar de tudo. Consegui levá-lo à creche sem que apanhasse uma gota de chuva na cabeça. Hoje, isso basta-me. Boa semana :)

16 fevereiro 2008

imitações

Bem me lembro, em pequena, de o meu irmão (mais novo que eu 6 anos) andar atrás de mim e fazer tudo o que eu fazia. Se eu dizia mata, ele dizia esfola. Se eu não gostava de queijo, ele também decidia que aquilo não prestava para nada - apesar de, na verdade, se pelar por um bom Camembert.
Nos dias de hoje, saio à rua com o cão e o Gustavo - se o Matias ladra, o Gustavo ladra.

14 fevereiro 2008

uma vida fixe

Se eu pudesse optar por uma vida fixe deixava-me de números e contas e facturas e trabalhava como freelancer em casa. Passava meses em bibliotecas, savanas, cafés, desertos e ruas a fazer pesquisa e depois escrevia à noite, no escritório da minha casa fantástica com vista sobre a falésia. Depois de deixar os filhos na escola pegava nos cães e íamos para a praia apanhar umas ondas. Era sempre Verão. Depois do almoço fazia uma grande sesta e ia buscar a criançada para irmos dar grandes passeios, de botas na lama (apesar de ser sempre Verão), visitar museus, brincar às escondidas, inventar canções e, à noite, contar histórias no terraço, com a lua cheia e as cigarras a cantar. Pronto, era assim.

12 fevereiro 2008

11 meses

Apesar da perene constipação, acordaste com um sorriso por entre a chucha e puseste-te logo aos saltinhos na cama. Obrigada por seres este encanto há 11 meses filho! Continuas a sorrir muito com as tuas 6 dentolas, mesmo que - e por muito que me custe - estejas a ficar rezingão. Quando a comida demora, se estás aborrecido, se tenho de te aspirar o nariz, já sei que vais espernear, encavalitar-te, gritar e fazer que não com a cabeça. Esta parte de ser mãe não é nada divertida, filho, mas nós vamos sempre ser firmes porque a última coisa que queremos é um menino caprichoso...
Felizmente, ainda são muitos mais os momentos de encanto. Como quando resolves apagar a luz e ficar caladinho a ver o que fazemos; quando brincas às escondidas connosco e até com o Matias e fazes um "cúcú!" que soa mais a "cácá!"; quando ligas os teus brinquedos e já compreendes os mecanismos, sendo capaz de ficar tempos infinitos a atirar a bola saltitona só para a ver brilhar (e chamas-lhe "gol"); quando imitas o cão, o galo e o pato durante as músicas que ouvimos juntos; quando chamas "mamã" ao meu pai (realmente sou parecida com ele...); e, sobretudo, quando te dão os ataques de meiguice e me dás abracinhos bons e chapadinhas de amor - hoje fizeste-me as primeiras festinhas de verdade...
Quanto à alimentação, continuas o maior dos gulosos e já comes tudo sólido. Estou desejosa que faças 1 ano apenas para podermos todos comer a mesma comida (a mamã agradece ter menos trabalho na cozinha e tu agradeces os sabores novos, de certeza!). Continuas é a não tocar numa pinga de água, vamos lá a ver se é quando começar a fazer calor.
Continuas também a ser um menino muito sociável, nisso sais mesmo ao papá. Adoras bebés e crianças mais crescidas, queres ir brincar com todos os que vês na escola, na rua e na televisão. Estou desejosa de poder dar-te um(a) maninho(a)!
E, claro, a grande conquista deste mês foi mesmo a marcha. É assustador e impressionante ver um menino pequenino (matulão!) a andar por todo o lado, a dar as ocasionais quedas e a nunca deixar de se pôr logo de pé. Sei que vais ser destemido (e perigoso!) e espero que toda a vida tenhas essa vontade de descobrir tudo sem desistir apesar das dificuldades. És o meu filho lindo, Guguinha!



11 fevereiro 2008

está aberta a época da nostalgia

Olhar para o prazo de validade de um bolo - 12 de Março de 2008 - e vir a lagriminha ao canto do olho.

Boa semana para todos! A minha vai ser longa: trabalho chato, homem no estrangeiro, Gustavo de novo constipado e, o pior de tudo, ter de esperar por 2ª feira da próxima semana para ver o 3º episódio da 4ª série dos Perdidos (ah pois é, já começou nos EUA!)

Beijinhos

08 fevereiro 2008

192 meses

(post futurista)

Filho lindo do meu coração: parabéns pelos teus 192 meses! Estás cada vez mais matulão (já vestes o XL e calças o 45, o que não admira com o teu 1,89m) e continuas a comer tudo muito bem. Mal acredito que ainda ontem eras o meu bebé pequenino e agora já estás um homem feito. Não és muito marrão mas gostas de aprender as coisas por ti - principalmente tudo o que diga respeito aos animais, continuo convencida que irás para Medicina Veterinária. Adoras a tua escola e tens muitos amigos. Este mês começaste a tirar o curso de mergulho e ontem apareceste pela primeira vez com uma namorada cá em casa. Parece-me inteligente, engraçada, opiniosa mas um bocadinho rezingona (não sei por que gostarás tu de raparigas assim...). Espero que te trate bem e que tu a trates bem. E espero que continues a aproveitar a tua juventude como o tens feito até aqui. Continua também sempre assim: simpático, lindão e muito amigo de toda a gente, sim?

Até quando irei escrever este tipo de posts? Quando é que serão tão ridículos que eu ganharei vergonha na cara e deixarei de elogiar o meu filho aos quatro ventos? Qual o prazo de validade de um babyblog? Não sei, mas não há de ser para breve de certeza!

07 fevereiro 2008

a folga

Qualquer mãe merece uma, de vez em quando. Ora então, no Sábado passado, e depois de ter rogado aos céus que o tempo se aguentasse decente (aguentou), aproveitei para lisboar. De manhã, fui correr junto ao rio, que já cheirava a Primavera. À tarde, depois de um almoço de cereais (que bom que é não cozinhar!), apanhei o Metro até ao Terreiro do Paço (já não andava de Metro há tanto tempo que já não me lembrava das entradas e saídas da minha estação) e passeei devagarinho de lá até ao Chiado, tirando fotografias, cheirando as castanhas assadas extemporâneas, entrando e saindo de lojas (comprei umas coisinhas lindas para o Gustavo, que isto não pode ser tudo do Continente - passo a publicidade), e aproveitando cada raio de sol na cara. Faz-me tanta falta o sol! Para terminar em beleza, ainda fiquei um bocadinho a ler e a escrever na esplanada da Bénard, só eu e o meu capuccino - e os magotes de turistas, que Lisboa não é só para mim. Soube bem, bem, bem. Cheguei a casa leve e em paz comigo mesma. Tive o tempo que precisava para divagar, para não pensar em nada e para ficar com saudades dos três machos que me esperavam em casa.

06 fevereiro 2008

(ainda) o carnaval

Eis a razão pela qual não sou grande apreciadora do Carnaval:


gralha, 1985



gralha, 1986


Não é preciso dizer mais nada, pois não?

(mas este Carnaval até foi bom porque foram quatro dias em família, de papo para o ar, a passear, a brincar, a comer coisas boas, a ver filmes, uma maravilha!)

01 fevereiro 2008

o carnaval

Nunca gostei assim lá muito do Carnaval. Traumas de infância mal resolvidos, resultado da minha aversão ao ridículo combinada com a inclinação que a minha Mãe tinha para me mascarar de coisas que não lembram ao diabo. Entretanto já voltei a mascarar-me mas é coisa que não faço de muito bom grado e também não sou fã de cornetas, serpentinas, desfiles e afins.
Está visto então por que é que não mascarei o meu filho este ano. No próximo já estou a ver que não me safo a passar uns serões a cozer panos da louça, jornais, balões e sei lá que mais para corresponder ao tema que a escola propuser, mas este ano ele não nota.
Não nota que é o único que não foi mascarado...

(E por isso fiquei a sentir-me um bocadinho mal. Será que foi egoísmo da minha parte?)